Odeio esse silêncio que me faz pensar no que quero esquecer. Silêncio onde palavras que eu gostaria de escutar não são ditas, onde meus desejos ficam em evidência, onde meus medos se mostram, onde meus sentimentos se confundem. Quem pode acabar com esse silencio que me atormenta de madrugada?
Odeio essa falsa paz onde todos tem sorrisos estampados no rosto, nada é resolvido, e os motivos de felicidade são os mais fúteis. Odeio ter que esperar por tudo, odeio passar vontade, odeio sentir falta de coisas que não são minhas, odeio sentir medo de perder as pessoas, odeio que me esqueçam.
Quantas vezes já usei a palavra odeio nesse texto? É uma palavra muito forte não acham? É que eu prefiro dizer o que eu odeio como uma forma de indiretamente dizer o que eu gosto. Dizer como eu adoro surpresas, o que eu odeio é esperar por elas; como eu adoro o jeito que algumas pessoas me fazem sorrir, como eu adoro beijos inesperados, como eu amo abraços confortantes, como eu gosto de olhar nos olhos durante um conversa boba.
Minhas vontades são maiores do que meus medos. Não sei pelo que eu estou procurando, mas só descobrindo terei alguma chance de achar.
- Elissa Cirino